Quase sem voz

Os dez vereadores de Gaspar parecem estar mudos, ou quase mudos. Sabe-se que o papel do vereador é legislar e fiscalizar as ações do Poder Executivo, porém, a comunidade cobra ações de seus representantes e por isso eles podem fazer indicações, pedindo que o executivo realize obras, benfeitorias e instale projetos na cidade, e assim os vereadores se tornam a voz do povo. Mas a voz do povo gasparense parece estar calada. Ao menos é o que a reportagem do Jornal Cruzeiro concluiu após analisar a atuação dos legisladores nestes nove meses de mandato. Os vereadores mostraram trabalho. Foram 83 indicações, porém, destas, apenas 23 foram atendidas pelo Executivo. O número é baixo. A Prefeitura alega a falta de recursos, o que sabe-se, é mais uma desculpa, assim como a tragédia de novembro.

O que se percebe é que se os vereadores estão sem voz, a comunidade fica sem voz e enquanto todos se calam nada é feito. Basta dar uma volta pelas ruas de Gaspar para perceber quão pouco foi realizado no município nestes nove meses. Dá para contar nos dedos o número de ruas calçadas, esgotos tubulados, tubulações desentupidas, e nem se pode começar a contar as creches, escolas, postos de saúde… Nenhum saiu do papel, e já se passaram nove meses.

Está em tempo de os vereadores cobrarem mais e de o Executivo agir mais. A comunidade não pode ficar calada. Se os vereadores não falam por ela, é preciso se unir e botar a boca no trombone. Criar entidades para ganhar força, se unir às Associações de Moradores e cobrar as promessas feitas pelos políticos.

Ano que vem será ano de eleição. Com certeza muitos políticos aparecerão para pedir votos e é nesta hora que a comunidade precisa ficar unida. Quando eles aparecerem, anotem as promessas e os façam assinar embaixo, dizendo quando irão cumpri-las. Vamos ver quantos aceitam o desafio de assinar este compromisso.

Ainda a greve

A greve do transporte coletivo de Gaspar já dura 13 dias. Motoristas persistem em lutar por um reajuste maior, enquanto empresa insiste em oferecer reajuste de cerca de 5%. Enquanto a greve não chega a um fim, a população é que sai perdendo. Será?
Afinal, a cidade não parou por causa da greve. Não houve mais congestionamento no já congestionado trânsito. E agora, com uma frota reduzida circulando, a população está andando de ônibus sem pagar passagem.
Acho que quem realmente sai perdendo com a greve é a Prefeitura e a empresa. Afinal, qual a cidade que da região que deixou uma greve de ônibus durar 13 dias? Eu não conheço nenhuma. Em todas as ocasiões em que houve greve do transporte coletivo em Blumenau a cidade virou um caos e a empresa foi obrigada a atender ao pedido dos grevistas para que a população pudesse voltar a se locomover. O mesmo não acontece em Gaspar. Existe outra empresa que faz o transporte intermunicipal e que está atendendo grande parte da população.
Seria esta uma prova da pouca necessidade do transporte coletivo? Não posso afirmar. Mas o que sei é que se demorarem muito para dar um fim à paralisação a população vai se acostumar e daqui a pouco nem vai mais sentir falta dos ônibus circulando pela cidade.

O primeiro passo para a mudança

Hoje é o Dia Mundial sem Carro. Em Blumenau várias ações estão sendo realizadas, desde a conscientização da comunidade, até a construção de ciclovias e a pintura de ciclofaixas para incentivar o uso das bicicletas como meio transporte. Além disso, a cidade vizinha inicia hoje um projeto que disponibiliza para a comunidade o aluguel de bicicletas. As iniciativas são excelentes, porém, dependem da adesão da comunidade para alcançar os resultados esperados: menos trânsito, menos poluição, mais saúde.
Enquanto isso, Gaspar permanece inerte. Nem projeto de ciclovia existe na cidade, e olha que muitas pessoas utilizam as bicicletas para ir e voltar do trabalho, da escola, do supermercado….
Há algum tempo falou-se em comemorar na cidade o Dia sem Carro, projeto do vereador Kleber Wan-Dall, se não me engano, mas o projeto ficou parado, ao menos não se comenta mais nada sobre o assunto.
Está em tempo de despertar a comunidade gasparense para uma mudança de hábitos e atitudes, seja no trânsito, na produção do lixo, ou na preservação do meio ambiente. Todos devem colaborar para que se possa construir um mundo melhor para as gerações futuras e para que isso aconteça é preciso dar o primeiro passo.
Algumas pessoas como seu Teobaldo Paul, morador do Bela Vista, que possui um projeto que capta água da chuva para irrigar sua plantação, já deram o primeiro passo. E você, já deu o seu?

Leia mais sobre o projeto de seu teobaldo clicando aqui.

Educação é o caminho

A educação no trânsito é o tema da Semana Nacional do Trânsito, comemorada em todo o país até a próxima sexta-feira. Através da educação, os organizadores esperam criar motoristas e pedestres mais conscientes e assim construir um trânsito menos violento e mais seguro.
Falar de educação no trânsito é importante, porém, é preciso investir em educação como um todo, não apenas no trânsito e não apenas na semana do trânsito. Somente através da educação é que será possível construir um país melhor. Somente com uma educação de qualidade é que haverá menos corrupção, menos desigualdade social, menos infratores. A educação tem o poder de abrir mentes e horizontes e de dar esperança àquilo que parece perdido. Somente com educação é que será possível diminuir a poluição, a criminalidade, a violência.
Investir em educação é o caminho certo e as lideranças políticas sabem disso, porém, nem sempre querem trilhar este caminho, pois cidadãos conscientes não votam em políticos corruptos. Cidadãos conscientes não se calam diante de denúncias e ações feitas às escondidas. Cidadãos conscientes estão alerta, investigam, denunciam, cobram por soluções de problemas e incomodam a classe política. Então, por que investir em educação e se incomodar? É mais fácil investir em obras mais visíveis e com resultados no agora, sem olhar para o amanhã.

Exemplos a serem seguidos

Foi com um sorriso cativante que Ivete Hammes entrou na redação do Jornal Cruzeiro do Vale na tarde desta quarta-feira. Ao ser procurada pela equipe de reportagem, a ex-vereadora não hesitou em contar para toda a comunidade como está encontrando forças para enfrentar o câncer descoberto em julho deste ano.
A história de Ivete pode ser lida na página 21 desta edição e é um exemplo para toda a sociedade, principalmente para as mulheres, de como é importante cuidar da saúde e realizar exames preventivos.
Ivete sempre cuidou de sua saúde, mesmo assim foi surpreendida por um câncer de mama, que devido ao seu cuidado foi descoberto em tempo de ser tratado. Assim como Ivete, muitas mulheres detectaram doenças em tempo de serem curadas após serem atendidas pelas voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Ivete e as voluntárias da Rede Feminina são exemplos a serem seguidos por todas as mulheres gasparenses. Exemplos de força, de luta e de determinação.
A entidade completa na próxima semana 20 anos de serviços gratuitos prestados à sociedade. Mais de 17 mil mulheres já passaram pela Rede nestes 20 anos e descobriram a importância de se realizar exames preventivos para manter a saúde. Para comemorar a data, as voluntárias organizam uma vasta programação, que inicia nesta segunda-feira, com uma palestra gratuita sobre a saúde da mulher. Participar desta palestra é o primeiro passo de uma importante caminhada que toda mulher precisa fazer para se manter bem e saudável.

SC sem recursos e a capital federal em festa

Vejam o que encontrei no Blog do jornalista Ricardo Noblat, colunista do O Globo.

Governo de Brasília gasta fortunas com festas
Muitos motivos para comemorar. Essa deve ser a explicação para os gastos do Governo do Distrito Fedreral (GDF) com festividades e homenagens por todo o Distrito Federal. Em 2008, foram gastos com a rubrica R$ 26,1 milhões. Quase quatro vezes o valor gasto em 2007, que foi de R$ 6,8 milhões. Mas se esse valor pareceu alto, em 2009, houve ainda mais festas.
De acordo com os dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), até o final de agosto deste ano, foram gastos R$ 47,1 milhões.
Praticamente o dobro das despesas do ano passado. Com um detalhe: a maior parte dos gastos com a celebração do cinquentenário de Brasília [no próximo ano] sequer foi computada no sistema contábil do governo. “Esses números mostram qual é a prioridade do governo”, diz o deputado distrital Chico Leite (PT), responsável pelo levantamento, que provocou uma representação no Ministério Público do DF.
As despesas com festividades e homenagem superam em muito investimentos em áreas básicas do governo como Saúde e Segurança.
Este ano, de recursos do GDF (sem contar repasses do Fundo Constitucional), foram investidos apenas R$ 13,1 milhões na Saúde. Já a Segurança Pública ficou com R$ 18,6 milhões.

Enquanto Santa Catarina chora os cortes no Orçamento da bancada os políticos festejam com o dinheiro do povo, pode?

Confiram comentário em: http://oglobo.globo.com/pais/nOblat/

Violência

A morte de um homem próximo ao abrigo onde estão alojadas as famílias desabrigadas pela tragédia de novembro chocou os moradores de Gaspar. Novamente a violência volta a ser assunto na cidade, que já teme a falta de segurança em diversos bairros.
A polícia vem agindo e merece reconhecimento, porém, é preciso mais. Não da polícia, mas das autoridades e também da população. A polícia prende, mas, se houvesse uma educação adequada e políticas públicas que atendessem os mais necessitados não haveria tanta criminalidade. Se os pais soubessem educar verdadeiramente seus filhos não os deixariam nas ruas, à mercê da marginalidade.
Não é a polícia que vai promover a segurança, mas sim uma mudança de atitude de toda a população, e uma urgente mudança de atitude dos governantes.

Economia ecológica

A partir desta quarta-feira uma nova empresa fará a coleta do lixo orgânico na cidade. A mudança, segundo o Samusa, visa reduzir despesas com o serviço e diminuir o impacto do custo da coleta e tratamento de lixo ao consumidor final. Atualmente a Prefeitura paga um valor fechado pelo serviço. A empresa responsável pediu um reajuste alto e se o serviço fosse mantido a tarifa para o consumidor teria um aumento de 107%. A nova empresa cobrará a coleta por toneladas de lixos produzidos e, segundo os responsáveis, o serviço será mais barato, gerando menos impacto na conta paga pelos cidadãos.
A redução do custo do serviço também depende da ajuda da população pois, quanto menos lixo for produzido menor será o valor pago pela Prefeitura.
Diante deste novo cenário, todos devem unir forças e contribuir para diminuir a produção do lixo na cidade. Com a medida todos ganham. A cidade, que fica mais bonita; a Prefeitura, que paga menos pelo serviço; o meio ambiente, que é preservado; e a população, que terá uma taxa de lixo mais reduzida.
Além de diminuir o lixo produzido dentro de casa, algumas medidas também podem ajudar, como separar o lixo orgânico do reciclável e utilizar restos de alimentos, como frutas e verduras, para fazer adubo orgânico no quintal de casa.
As medidas são simples, mas os resultados podem ser grandiosos. O meio ambiente, e o bolso do consumidor, agradecem.

O que ainda falta acontecer

Nove meses de governo se passaram e Gaspar já presenciou manifestação de desabrigados na praça central, invasão de terrenos no Jardim Primavera, paralisação dos servidores públicos municipais, manifestação de pais durante desfile cívico e agora paralisação do transporte coletivo.
Como se as marcas da tragédia não fossem suficientes, o prefeito Pedro Celso Zuchi e sua vice, Mariluce Deschamps Rosa, têm ainda o desafio de resolver todos estes conflitos sociais expostos em praça pública para toda a sociedade. O que ainda pode vir pela frente nos próximo três anos e três meses de governo?
De duas situações uma será vitoriosa. Ou as manifestações vão gerar resultados, fazendo com que os administradores finalmente arregacem as mangas e comecem a agir, resultando no fim ou ao menos na diminuição dos problemas sociais do município; ou vão dar margens para novas manifestações populares, e daí será preciso tomar cuidado, pois quando a comunidade abre os olhos e se une para lutar por um bem comum os resultados podem ser radicais, basta lembrar dos cara pintadas que em 1992 pediram o impeachment do então presidente Fernando Collor. O resultado todos conhecem.
O interessante nisso tudo é observar que o PT, que sempre apoiou as manifestações populares, subindo em palanques e até deitando em rodovias para impedir a criação de pedágios, agora está do outro lado e como vai ser sua reação diante de tantos conflitos, só o tempo poderá dizer. É esperar para ver.

Afinal, vai ter greve do transporte coletivo ou não?

Esta é a dúvida que paira sobre toda a população gasparense nesta terça-feira, 8. Depois de um prolongado feriado, trabalhadores e estudantes saíram de casa na manhã de hoje sem saber se vão ter ônibus para retornar.

A greve, anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo na terça-feira passada e confirmada na noite de quinta-feira, 10, parece não ter vingado entre os próprios motoristas, que continuam exercendo sua função normalmente.

A previsão do sindicato era de que nesta terça-feira os ônibus parariam e apenas 20% da frota estaria atendendo a população. Até agora, nada. Todos os ônibus circulam normalmente, para a sorte da população. Mas, até quando?

O que era para ser uma grande manifestação popular encabeçada pelo sindicato da categoria parece não ter ganhado força e chegou apenas como uma “marolinha”, com muita falácia e pouca ação.

A greve, até agora, não passou de alarde, e enquanto isso a população fica sem saber se vai ou não ter ônibus para retornar para casa após um longo dia de trabalho.